Região de Qusair bombardeada por forças sírias e do Hezbollah (foto: AP I Qusair Lens))
Cerco de forças do governo e do Hezbollah estaria causado falta de alimentos em Qusair
A Cruz Vermelha afirmou estar alarmada em relação à cidade sitiada de Qusair, na Síria. A instituição fez um apelo para ter acesso imediato ao local com o objetivo de levar ajuda às vítimas do conflito.
Milhares de civis estariam presos na cidade, que fica próxima à fronteira com o Líbano.
A batalha entre forças governistas e rebeldes praticamente acabou com as reservas de suprimentos médicos, comida e água na região, segundo a Cruz Vermelha.
A Rússia teria bloqueado uma "declaração de alarme" da ONU sobre Qusair.
O rascunho da declaração do Conselho de Segurança alertava sobre uma "grande preocupação sobre a situação de Qusair, especialmente em relação ao impacto sobre os civis durante o conflito".
Declarações do Conselho de Segurança como essa devem ser aprovadas por unanimidade por seus membros.
Uma fonte diplomática afirmou que a Rússia se opôs ao texto porque a ONU não teria afirmado quando a cidade foi capturada pelos rebeldes.

Civis cercados

Um ativista opositor ao regime de Bashar al-Assad afirmou à BBC na sexta-feira que os cerca de 30 mil moradores permaneciam na cidade. A ONU afirmou que 10 mil pessoas conseguiram sair da região.
Localidades controladas pelos rebeldes estariam efeivamente isoladas por forças do governo e combatentes do Hezbollah.
Uma declaração do CICV (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) afirma que a entidade está “alarmada” por relatos de civis sitiados e pronta para entrar na cidade imediatamente para ajudar as vítimas.

Cidade de Qusair

  • População Estimada: 30.000
  • 10.000 pessoas teriam deixado o local
  • 1.500 foram feridos, segundo a ONU
  • Próxima à rota entre Damasco e a região alauíta de Tartous
"Civis e feridos correm o risco de pagar um preço pesado se a luta continuar", disse o responsável pelas operações do CICV na região, Robert Mardini.
O escritório do secretário geral da ONU fez um apelo para que as partes em conflito deixem os civis abandonarem o local.
O correspondente da BBC em Genebra, Imogen Foulkes, afirmou que o fato de tanto a ONU como o CICV terem voltado suas atenções para a questão é um indicativo de que a situação na cidade se torna desesperadora.
Os confrontos em Qusair se intensificaram no mês passado quando militantes do Hezbollah – o grupo libanês apoiado pelo Irã – se juntaram às forças de Bashar al-Assad.
Reforços do grupo rebelde Exército Livre da Síria teriam conseguido chegar à região pelo nordeste da cidade, para dar apoio a seus defensores.

Sunitas

Alguns sunitas do Líbano também cruzaram a fronteira para lutar ao lado dos rebeldes – cujas fileiras são compostas majoritariamente pela maioria sunita da Síria.
No sábado o influente clérico muçulmano Yusuf al-Qaradawi pediu aos sunitas do oriente médio que se juntem à batalha contra o presidente Assad.
Ele disse em um evento em Doha que o Irã e o Hezbollah, os principais aliados de Assad, querem exterminar os sunitas.
Ativistas do grupo Observatório Sírio de Direitos Humanos, contrários a Assad e baseados na Grã-Bretanha, afirmaram que os rebeldes se preparam para tentar repelir um novo ataque.
Ao menos 15 blindados do Exército sírio se reuniram no norte da cidade, segundo Rami Rahman, o diretor da organização.
"As forças do regime estão reforçando suas posições no norte da cidade, incluindo o aeroporto de Dabaa e Jawadiya", disse.
Qusair, que fica a dez quilômetros da fronteira libanesa, é considerada uma central logística e rota para o contrabando de armas para a Síria.
A cidade também está localizada perto da principal rodovia que conecta a cidade de Homs com a capital Damasco.

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